As notícias estão inundadas de histórias sobre ferramentas de inteligência artificial (IA) - algumas destacam os benefícios, e outras têm o objetivo de provocar medo e pânico. Embora estas últimas tenham gerado um certo ceticismo sobre o uso da IA nos negócios, é hora de dar um passo para trás e analisar o que causa os erros. Muitas vezes, não é a própria ferramenta, mas sim o ser humano por trás da tecnologia. A realidade é que muitas organizações estão usando a IA com grande sucesso e sem contratempos.

Cada organização - independentemente do setor em que opera - deve entender como usar a IA de maneira segura e responsável. A maioria provavelmente já está ciente dos riscos usuais presentes em ferramentas de IA e outras tecnologias emergentes. Viés inerente, lacunas de cibersegurança e falta de transparência são alguns exemplos. No entanto, muitos estão esquecendo de considerar o componente humano. É crucial entender os benefícios e riscos das contribuições humanas e tecnológicas para mudanças nos fluxos de trabalho. Isso ajuda as equipes a construir estratégias e sistemas que alcancem o melhor de ambos, gerenciando efetivamente possíveis desvantagens.

IA nas Notícias

Uma história notável de IA recentemente na mídia foi sobre o advogado de Nova York que usou o ChatGPT para ajudar a redigir um parecer que saiu mal. A saída incluía casos citados de forma convincente que na verdade não existiam. A parte contrária descobriu as citações falsas e levou o assunto ao tribunal. O advogado usou o ChatGPT para verificar a precisão das decisões e a ferramenta acabou criando fatos e atribuindo a existência dos casos a motores de busca de pesquisa jurídica. O advogado respondeu que foi a primeira vez que usou o ChatGPT como complemento à pesquisa jurídica e ele não sabia que a ferramenta poderia criar informações falsas.

Neste caso, o tribunal impôs recentemente sanções, incluindo uma multa de $5,000 que foi conjunta e solidária entre cada advogado e seus escritórios de advocacia, e uma ordem para escrever para cada juiz que havia sido falsamente identificado como autor das opiniões falsas, e fornecer a eles a transcrição da audiência perante o tribunal, incluindo cópias das opiniões falsas.

Desde esse incidente, dois juízes federais estão exigindo que os advogados apresentem certificações de IA generativa ao apresentar um documento ao tribunal. Os advogados devem atestar que não usaram IA generativa ou que a usaram e um humano verificou as informações quanto à precisão. Analistas jurídicos em todo o país têm falado livremente sobre essa decisão, alguns a chamando de excesso de precaução e duplicação desnecessária, e outros achando necessário devido aos novos riscos presentes nessa tecnologia.

Outras instâncias de IA "assustadora" nas notícias incluem histórias sobre o uso dessa tecnologia para fins científicos negativos e previsões de que a IA substituirá empregos. Embora manchetes como essas possam aumentar o medo de usar essas ferramentas para fins comerciais, há tantas histórias do outro lado da moeda que exploram os benefícios da IA e analisam como o uso responsável pode limitar riscos.

Usando a IA de Forma Responsável

Desde a redução de documentos em um conjunto de dados até o software de reconhecimento facial e ferramentas de recrutamento de RH, a IA tem se mostrado muito benéfica em várias indústrias. Com a IA generativa no cenário, as organizações estão considerando como essa tecnologia também pode beneficiar seus negócios. É crucial examinar tanto os benefícios quanto os riscos para identificar os melhores casos de uso. Em muitas situações, os benefícios superarão os riscos e existem melhores práticas a serem empregadas para mitigar o medo. Aprender a usar essas ferramentas com segurança e responsabilidade é a chave.

Manter-se educado é a maneira mais importante de usar a IA de forma responsável. Acompanhe as notícias sobre coisas que deram errado e use-as como aprendizado. Por exemplo, no caso da lei mencionado acima, o advogado poderia ter mitigado o risco muito mais cedo se tivesse verificado as fontes inicialmente e não usado subsequentemente o ChatGPT para justificar a pesquisa. Simplesmente acessar um banco de dados de pesquisa jurídica após usar a IA generativa como ponto de partida teria chamado a atenção do advogado para os casos falsos e evitado um comportamento potencialmente sancionável. O fato de o advogado ter usado o ChatGPT não foi o problema aqui, foi a maneira como foi usado. A responsabilidade de verificar fatos e fornecer controle de qualidade na saída da tecnologia sempre permanecerá nas mãos dos advogados humanos. Os advogados devem permanecer competentes em tecnologia e verificar seu trabalho, ou de outra forma enfrentarão sanções judiciais, violações éticas, danos à reputação e perda de negócios.

Quanto ao medo da perda de empregos, um relatório recente do Goldman Sachs indicou que a IA poderia substituir 300 milhões de empregos em tempo integral. Esse é o tipo de notícia que causa alarme à primeira leitura, mas é prudente observar que, mesmo quando a tecnologia "substituiu" empregos no passado, ela abriu novos cargos e oportunidades diferentes. Atualmente, a IA está sendo usada na maioria das indústrias como uma ferramenta complementar e o componente humano ainda é necessário, embora possa ter uma aparência diferente.

Também é crucial lembrar que existem mais ferramentas de IA generativa disponíveis do que o ChatGPT. Empresas de tecnologia estão criando sistemas projetados para indústrias específicas ou que podem ser usados de forma privada dentro da própria infraestrutura da organização.

Conclusão

A lição aqui é que a IA generativa pode ser tão benéfica quanto a próxima ferramenta quando as organizações consideram o componente humano e a usam de forma responsável. Delegar tarefas com sabedoria, com um profundo entendimento prático das limitações e vantagens de todas as diferentes opções de recursos para fornecer serviços, tanto de IA quanto humanos. Fazer isso permitirá que as organizações aproveitem os benefícios transformadores que a tecnologia oferece com confiança. Considerando toda a repercussão, mais regulamentação de IA está definitivamente no horizonte. As organizações devem continuar a monitorar os desenvolvimentos nessa área e implementar políticas sobre o uso apropriado da tecnologia para tarefas comerciais.